terça-feira, 18 de outubro de 2011

Estranhas indefinições...


Vim falar de amor!
Não do amor cantado nas músicas românticas e muito menos do versado amor dos poetas...
Vim falar de amor... E de suas estranhas indefinições.
Vim falar do amor que apenas ama e não duvida!
Do amor que volta atrás porque não se compromete com o erro.
Amor que desperta nos amantes o compromisso de sempre ser melhor.
Compromisso de ir em busca da melhor parte...
Amor que converte certezas em atos e condutas!
Amor que se decide e aprende que a tomada de toda decisão revela o mais íntimo daquilo que somos.
Decidir-se é um jeito de rezar o amor!
Descobri que só ama quem é pequeno!
Só ama aquele que tem coragem de se abaixar e descer ao outro amando-o como ele é, sem impor coisa alguma.
O pequeno ama como a chama de uma vela! Sabe que não perderá nada se acender outra que está apagada!
Amar não é dívida!
O Amor passa pela oportunidade, nunca pela certeza!
Pensar nisso ilumina a alma!
Amar, segundo o poeta, é ser como um jardineiro!
É compreender que existem estações, e que cada estação traz consigo sua beleza e sua específica necessidade de cuidado.
É compreender que os espinhos acompanham a beleza das roseiras e que um bom jardineiro precisa perdoa-las todos os dias.
Acredito no amor assim...
Ele nunca se desgasta... É uma fonte que não seca!
Quanto mais se tira, mais se tem!
Amor de verdade é altruísta, generoso, desinteressado e gratuito!
É medido na oblatividade!
Descubra o altar onde seu sacrifício é derramado!
Onde sua voz é silenciada para dar voz ao outro...
E você descobrirá que o amor só vale a pena quando se entrega por inteiro, até o fim!

Bruno Bressani

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Um acordo com o tempo...


Me detive por horas diante de um relógio!
Meus olhos acompanharam o correr de seus ponteiros.
Rezei para que parassem!
Rezei para que o veloz correr dos ponteiros deixasse de ser imperativo.
Chorei...
Chorei o amargor daquilo que não volta e a esperança do que ainda virá.
Chorei minhas auroras...
Chorei a partida do sol.
Mas os ponteiros não se comoveram...
Giraram, giraram e ainda estão girando!
Será que um dia vão parar? Talvez sim, ou não, quem sabe...
Então resolvi fazer um acordo com o tempo...
No correr dos ponteiros, resolvi elaborar a vida... Minha vida!
Resolvi descobrir a beleza de momentos que não voltarão e vivê-los intensamente!
Resolvi Amar intensamente e Viver AFETADO!
Afetado pelos afetos que valem a pena, pelos amores que me constroem.
Vou deixar que o tempo passe...
E na passagem dos dias, reinterpretarei os momentos e resignificarei a dor.
Acho que a felicidade mora nesse acordo!
É assim que vou bem aventurando a vida!
Abraço o que é meu, assumo o que me faz bem!
Estou indo ser feliz e não pretendo voltar!

Bruno Bressani

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Agenda 2º/ 2011

Agenda 2º Semestre/2011

Setembro

Dia 18/09 - II Oficina de Pregação em Campo Belo MG
Informações no http://goluzevida.blogspot.com
Dia 26/09 - Noite de Oração e Clamor por Campo Belo no marco zero da cidade.
Informações no http://goluzevida.blogspot.com


Dia 25/09 - Lançamento do livro "E a Vida era a Luz dos Homens - Nossa Identidade e Missão" e lançamento do "Portal Luz e Vida" em Campo Belo - MG


Outubro
15 e 16/10 - II Aprofundamento Ministerial em Campo Belo - MG
Tema: "A doce teologia do coração e a escola da renúncia"

Novembro

12 a 15/11 - HOSANA Alfenas na cidade de Alfenas - MG
Tema: "É por graça que fostes salvos"

19 e 20/11 - Aprofundamento de Cura Intrauterina e Cura Paterna em Campo Belo MG
Tema: "Porque és precioso aos meus olhos"

Os Insetos Interiores

Travessias de um Coração Ressuscitado


Sempre acreditei que estrelas são parturiadas no caos…
O berço da luz é caótico!
Seu prefácio é sepulcral…
A escuridão do túmulo prenuncia a redenção da luz!
Pensar na Páscoa de Jesus me recorda o poeta que dizia que “nada jamais continua, tudo vai recomeçar…”
Páscoa é Recomeço!
É um ponto final no império da morte… É o definitivo Préstimo da Salvação!
Um lugar de travessia…
Derradeira tábua!
A escuridão e frieza do túmulo não são definitivas!
O amor sempre sobrevive…
Fico pensando no soldadinho de chumbo, o brinquedo de uma perna só e seu amor pela bailarina.
Reza o conto que “Os valorosos soldadinhos de chumbo aguardavam o momento em que passariam a pertencer a algum menino.
Chegou o dia em que a caixa foi dada de presente de aniversário a um garoto. Foi o presente de que ele mais gostou:
— Que lindos soldadinhos! — exclamou maravilhado.
E os colocou enfileirados sobre a mesa, ao lado dos outros brinquedos. O soldadinho de uma perna só era o último da fileira.
Ao lado do pelotão de chumbo se erguia um lindo castelo de papelão, um bosque de árvores verdinhas e, em frente, havia um pequeno lago feito de um pedaço de espelho.
A maior beleza, porém, era uma jovem que estava em pé na porta do castelo. Ela também era de papel, mas vestia uma saia de tule bem franzida e uma blusa bem justa. Seu lindo rostinho era emoldurado por longos cabelos negros, presos por uma tiara enfeitada com uma pequenina pedra azul.
A atraente jovem era uma bailarina, por isso mantinha os braços erguidos em arco sobre a cabeça. Com uma das pernas dobrada para trás, tão dobrada, mas tão dobrada, que acabava escondida pela saia de tule.
O soldadinho a olhou longamente e logo se apaixonou, e pensando que, tal como ele, aquela jovem tão linda tivesse uma perna só.
Quando os ponteiros do relógio marcaram meia-noite, todos os brinquedos se animaram e começaram a aprontar mil e uma. Uma enorme bagunça!
Ele não conseguia parar de olhar aquela maravilhosa criatura. Queria ao menos tentar conhecê-la, para ficarem amigos.
De repente, se ergueu da cigarreira um homenzinho muito mal-encarado. Era um gênio ruim, que só vivia pensando em maldades.
Assim que ele apareceu, todos os brinquedos pararam amedrontados, pois já sabiam de quem se tratava.
O geniozinho olhou a sua volta e viu o soldadinho, deitado atrás da cigarreira.
— Ei, você aí, por que não está na caixa, com seus irmãos? — gritou o monstrinho.
Fingindo não escutar, o soldadinho continuou imóvel, sem desviar os olhos da bailarina.
— Amanhã vou dar um jeito em você, você vai ver! – gritou o geniozinho enfezado.
Depois disso, pulou de cabeça na cigarreira, levantando uma nuvem que fez todos espirrarem.
Na manhã seguinte, o menino tirou os soldadinhos de chumbo da caixa, recolheu aquele de uma perna só, que estava caído atrás da cigarreira, e os arrumou perto da janela.
O soldadinho de uma perna só, como de costume, era o último da fila.
De repente, a janela se abriu, batendo fortemente as venezianas. Teria sido o vento, ou o geniozinho maldoso?
E o pobre soldadinho caiu de cabeça na rua.
O menino viu quando o brinquedo caiu pela janela e foi correndo procurá-lo na rua. Mas não o encontrou. Logo se consolou: afinal, tinha ainda os outros soldadinhos, e todos com duas pernas.
Para piorar a situação, caiu um verdadeiro temporal.
Quando a tempestade foi cessando, e o céu limpou um pouco, chegaram dois moleques. Eles se divertiam, pisando com os pés descalços nas poças de água.
Um deles viu o soldadinho de chumbo e exclamou:
— Olhe! Um soldadinho! Será que alguém jogou fora porque ele está quebrado?
— É, está um pouco amassado. Deve ter vindo com a enxurrada.
— Não, ele está só um pouco sujo.
— O que nós vamos fazer com um soldadinho só? Precisaríamos pelo menos meia dúzia, para organizar uma batalha.
— Sabe de uma coisa? — Disse o primeiro garoto. —Vamos colocá-lo num barco e mandá-lo dar a volta ao mundo.
E assim foi. Construíram um barquinho com uma folha de jornal, colocaram o soldadinho dentro dele e soltaram o barco para navegar na água que corria pela sarjeta.
O Soldadinho acaba sendo engolido por um peixe!
Passou-se muito tempo — quem poderia dizer quanto?
E, de repente, a escuridão desapareceu e ele ouviu quando falavam:
— Olhe! O soldadinho de chumbo que caiu da janela!
Sabem o que aconteceu? O peixe havia sido fisgado por um pescador, levado ao mercado e vendido a uma cozinheira. E, por cúmulo da coincidência, não era qualquer cozinheira, mas sim a que trabalhava na casa do menino que ganhara o soldadinho no aniversário.
Ao limpar o peixe, a cozinheira encontrara dentro dele o soldadinho, do qual se lembrava muito bem, por causa daquela única perna.
Levou-o para o garotinho, que fez a maior festa ao revê-lo. Lavou-o com água e sabão, para tirar o fedor de peixe, e endireitou a ponta do fuzil, que amassara um pouco durante aquela aventura.
Limpinho e lustroso, o soldadinho foi colocado sobre a mesma mesa em que estava antes de voar pela janela. Nada estava mudado. O castelo de papel, o pequeno bosque de árvores muito verdes, o lago reluzente feito de espelho. E, na porta do castelo, lá estava ela, a bailarina: sobre uma perna só, com os braços erguidos acima da cabeça, mais bela do que nunca.
O soldadinho olhou para a bailarina, ainda mais apaixonado, ela olhou para ele, mas não trocaram palavra alguma. Ele desejava conversar, mas não ousava. Sentia-se feliz apenas por estar novamente perto dela e poder amá-la.
Se pudesse, ele contaria toda sua aventura; com certeza a linda bailarina iria apreciar sua coragem. Quem sabe, até se casaria com ele…
Enquanto o soldadinho pensava em tudo isso, o garotinho brincava tranqüilo com o pião.
De repente como foi, como não foi — é caso de se pensar se o geniozinho ruim da cigarreira não metera seu nariz —, o garotinho agarrou o soldadinho de chumbo e atirou-o na lareira, onde o fogo ardia intensamente.
O pobre soldadinho viu a luz intensa e sentiu um forte calor. A única perna estava amolecendo e a ponta do fuzil envergava para o lado. As belas cores do uniforme, o vermelho escarlate da túnica e o azul da calça perdiam suas tonalidades.
O soldadinho lançou um último olhar para a bailarina, que retribuiu com silêncio e tristeza. Ele sentiu então que seu coração de chumbo começava a derreter — não só pelo calor, mas principalmente pelo amor que ardia nele.
Naquele momento, a porta escancarou-se com violência, e uma rajada de vento fez voar a bailarina de papel diretamente para a lareira, bem junto ao soldadinho. Bastou uma labareda e ela desapareceu. O soldadinho também se dissolveu completamente.
No dia seguinte. a arrumadeira, ao limpar a lareira, encontrou no meio das cinzas um pequenino coração de chumbo: era tudo que restara do soldadinho, fiel até o último instante ao seu grande amor. “
A força do amor fez com que o soldadinho de uma perna só, assumisse os atributos de um coração ressuscitado!
Não se prendeu à escuridão dos pântanos, nem ao último lugar da fila!
Enfrentou a frieza e a escuridão dos túmulos…
O amor que sentia pela bailarina movia seus dias, seus passos ou meios passos…
Ele termina seus dias no fogo!
O que sobra? Um Pequeno Coração de Chumbo!
Sinal de sua ressurreição…
Sinal de que só o amor é capaz de rolar as pedras e sobreviver no tempo do caos!
Com Jesus foi assim!
Morreu por Amor!
Ressuscitou por Amor!
E nos ofereceu um tempo privilegiado de travessias…
Para mim, a Páscoa de Jesus vai muito além de um sepulcro vazio…
Ele está Vivo, porque sobrevive em Nós!
Ressuscite você também!
Faça a travessia e enfrente a dureza das fogueiras…
Eu seguirei assim… Esquecendo por onde passo o sacrário dos amores que eu amo: Meu Coração!
Porque ele…
Ninguém pode destruir!


Bruno Bressani